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Mizuhara Kiko comenta sobre assédio sexual dentro da indústria do entretenimento japonês

Atriz e modelo, Mizuhara Kiko comenta assédio na indústria do entretenimento e realça a importância de se falar sobre assunto.

Em entrevista concedida ao Shukan Bunshun, Mizuhara Kiko, atriz, modelo, cantora e design, compartilhou histórias de assédio sexual vividas por ela e outras colegas dentro da indústria do entretenimento no Japão. 

Mizuhara comentou sobre o caso do diretor Sion Sono, acusado de assédio e agressão sexual. Assim, disse que quando recebeu uma proposta para trabalhar com o diretor, seu amigos a alertaram sobre o diretor e seus rumores. 

Ela também desabafa:

Originalmente, esse tipo de coisa (assédio sexual, físico e verbal) sempre existiu no mundo do entretenimento. Eu já fui agredida por um diretor homem com comentários que correspondem a assédio sexual verbal.

No entanto, as agressões não são sempre apenas verbais: Mizuhara citou o caso de uma amiga, que quando teve que gravar uma cena de sexo, teve que lidar com um ator veterano ereto, fato percebido pelo staff, mas não comentado, dando a impressão de que todos estavam de acordo com a postura do ator.

Mizuhara Kiko defende a contratação de “intimacy directors” para evitar assédio

Relatando casos de assédio e grande desconforto, Kiko pede que todos os filmes com cenas sexuais tenham um “intimacy coordinator”. A prática consiste em um profissional que garante o bem-estar e conforto dos atores em cenas com conteúdo sexual.

Contratar um profissional para este cargo tem se tornado mais comum com o Movimento Me Too (ou Eu Também).

Assim, a atriz ainda revela que na produção de Tudo por Ela (também conhecido como Ride or Die), ela sugeriu a contratação de um intimacy coordinator. No entanto, apesar de o produtor Umekawa Haruo ter concordado, não respeitou o direcionamento dado pelo profissional, criando um ambiente desconfortável.

Dessa forma, com este e outros casos, Mizuhara expressa sua frustração:

O que eu descobri através dessas experiências ruins é que quando gravei cenas estando tensa e mesmo sentindo dor, esses sentimentos também foram refletidos no trabalho, e foi algo doloroso para mim. O trauma continua. É o arrependimento de não poder ficar orgulhosa de um trabalho no qual me dediquei.

Assim, Mizuhara defende a importância de se trabalhar apenas com diretores, produtores, staffs e atores com quem se tem um relacionamento de confiança. Ainda afirma que o resultado do trabalho é melhor quando o ambiente é bom.

Por fim, Kiko Mizuhara realça a importância de um intimacy coordinator, trazendo vantagens para a produção e elenco do filme.

Ademais, afirma que apesar da agressão sempre ter existido, agora é hora de mudar. 

A atriz discute e compartilha questões de assédio e mostra a importância de não aceitar e se expressar em caso de violência. 

Fonte: (1), (2), (3).
Imagem: VISUAL CHINA GROUP/GETTY IMAGES.
Não retirar sem os devidos créditos. 

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