Uma das maiores lendas da animação, Hayao Miyazaki anunciou que se aposentará após fim do projeto How Do You Live?, filme que tem trabalhado desde 2017 sob o Studio Ghibli.
Baseado no romance homônimo lançado em 1937 e escrito por Genzaburo Yoshino, How Do You Live? narra a história de Junichi Honda, apelidado Koperu, que passa a morar com seu tio após a morte do pai e mostra como ele embarca em uma jornada espiritual lidando com a pobreza, perdas e seu próprio crescimento. Apesar disso, o filme não será uma versão animada do livro, mas uma adaptação que terá elementos de aventura, drama e fantasia.
Em 2013, foi anunciado que Miyazaki estaria se aposentando e não mais produziria filmes, até que em 2017, ele desistiu de se aposentar para se dedicar a mais um projeto e em outubro desse mesmo ano, Miyazaki anunciou ao público que estava trabalhando em uma adaptação de How Do You Live? – um de seus livros infantis favoritos – e que o filme levaria entre três a quatro anos para ser finalizado.
No entanto, o projeto tem demorado mais do que o esperado. Diferente de Aya e a Bruxa (2020), feito por Gorō Miyazaki em 3D, How Do You Live? será em animação 2D, típico de Hayao Miyazaki, e por isso, todos os frames são feitos à mão. Com isso, atualmente o filme não tem previsão de lançamento.
Em março do ano passado, Toshio Suzuki, diretor produtivo e co-fundador do Studio Ghibli, afirmou que mais da metade do filme já está pronta, que ele é “grande e fantástico”, e que pela primeira vez, Hayao Miyazaki está trabalhando em seu próprio ritmo e sem se preocupar com prazos.
Apesar de não ser a primeira vez que Miyazaki anuncia sua aposentadoria, desta vez, acredita-se que How Do You Live? marcará de fato o último filme de Miyazaki – e ele até está dedicando o trabalho ao neto.
A primeira vez que anunciou sua aposentadoria foi em 1998, mas desde então, o diretor entregou ao público A Viagem de Chihiro (2001), O Castelo Animado (2004), Ponyo (2008) Vidas ao Vento (2013) e outros curta-metragens que ajudaram a consolidar o Studio Ghibli como uma referência na animação. Hayao Miyazaki tem 81 anos e quase 60 anos de carreira como animador.
Fontes: (1), (2), (3), (4), (5) Fonte imagens: NHK World Japan – reprodução; Domestika – reprodução. Não retirar sem os devidos créditos.
O mangá Hoshi no Samidare, ou como ficou conhecido no Brasil, Lúcifer e o Martelo, teve sua adaptação em anime anunciada hoje e está prevista ainda para 2022.
Nomes de elenco e estúdio ainda não foram revelados, mas já se sabe que Nobuaki Nakanishi (Mahoujin Guru Guru 1994, franquia Koihime Musou) será o diretor da série e Satoshi Mizukami (autor da série) e Yuuichirou Momose (So I’m a Spider, So What?) serão responsáveis pelo roteiro.
Em 2018, Satoshi Mizukami foi responsável pelo anime Planet With, que fazia diversas referências a Hoshi no Samidare. Isso deixou os fãs esperançosos para uma adaptação do mangá originalmente publicado entre 2005 e 2010.
O autor publicou uma ilustração especial em sua conta no Twitter para comemorar o lançamento do anime.
A marca de maquiagem SHU UEMURA lançará a 2021 Holiday Collection, em colaboração com a Hello Kitty, nos dias 1º e 15 de novembro. Sob o tema Rock the party! Hello Kitty em uma noite de rock em Tóquio, a coleção se inspira na cena noturna da cidade. A personagem, muito querida pelas celebridades, aparece em uma versão mais elegante e com maquiagem arrojada, ao estilo Shu Uemura. A coleção é um misto de fofura e ousadia, segundo a marca.
O primeiro lançamento acontecerá em 1º de novembro e traz como destaque a Rock the Party Eye Palette (R$476,00), uma paleta de sombras para olhos com 10 cores, novas texturas e um impressionante glitter tridimensional, e batons da série Rouge Unlimited.
O segundo lançamento, em 15 de novembro, contará com 4 itens. Entre eles, o destaque fica para o iluminador Glitter Ball Highlighter Rosie Glare (R$238,00) e o pincel Petal 55 Foundation Brush (R$318,00), decorado especialmente com o tema da coleção.
Cerca de 37 atrás, estudantes japoneses do ensino médio lançaram ao mar uma garrafa com uma mensagem, que só foi encontrada agora, cerca de 6.000 quilômetros de distância do Japão, no Havaí.
Os membros do clube de ciências naturais da Choshi High School, em Chiba, a leste de Tóquio, lançaram 750 garrafas ao mar entre 1984 e 1985 para investigar as correntes oceânicas. As garrafas continham mensagens em inglês, japonês e português, pedindo para que quem as encontrasse, entrasse em contato com o remetente. Ao longo dos anos, elas foram encontradas em lugares distantes, como Filipinas, Canadá e Alasca.
Nenhuma outra garrafa havia sido encontrada desde a 50ª, descoberta em 2002, na prefeitura de Kagoshima, no sudoeste do Japão.
A 51ª garrafa foi descoberta em junho por uma menina de nove anos em uma praia no Havaí. As mensagens do tamanho de um cartão postal, ainda estavam legíveis, anunciou a escola.
“Fiquei realmente surpreso“, disse o vice-diretor da escola, Jun Hayashi, à imprensa na sexta-feira.
“A 50ª garrafa foi encontrada há 19 anos, então pensei que estava tudo terminado. Não pensei que mais nenhuma seria encontrada – pensei que todas tinham afundado. É realmente emocionante que a 51º tenha sido encontrada.“
Hayashi está “esperando que alguém encontre a 52ª, agora”.
O clube que lançou as garrafas foi encerrado em 2007. A escola disse que dois representantes estudantis planejam enviar uma carta e uma bandeira em miniatura para a descobridora da garrafa que, segundo o jornal Hawaii Tribune Herald, se chama Abbie Graham.
Mayumi Kondo, membro do clube de ciências naturais em 1984, disse que a descoberta despertou memórias nostálgicas de seus tempos de escola.
“Trinta e sete anos é muito tempo para os seres humanos, mas por outro lado, realmente mostra o quão grande e misteriosa a Terra e a Natureza realmente são”, disse ela.
As opções sem gênero estão encontrando cada vez mais espaço nas escolas do Japão, aliviando a pressão sobre os alunos para se adequarem às normas e estereótipos.
Um número crescente de escolas está permitindo que os alunos escolham entre saias ou calças para seus uniformes, enquanto as mochilas para crianças do ensino fundamental com cores sem gênero são cada vez mais comuns. Algumas escolas também estão revisando regulamentos que incluem cláusulas baseadas na distinção de sexos.
Créditos: gay.blog.br
A Tombow Co., fabricante de uniformes escolares na cidade de Okayama, está na vanguarda ao incentivar as escolas a introduzir uniformes de gênero neutro. A empresa desenvolveu calças para estudantes do sexo feminino incorporando ideias propostas por pessoas trans. Projetadas para parecerem usáveis também por meninos, as roupas já foram adotadas por cerca de 1.000 escolas em todo o país.
Mas, como a opção pode servir para diferenciar que os usuários pertencem a uma minoria sexual, Ayumi Okuno, uma designer da Tombow, explicou que a ênfase é dada na funcionalidade da peça, permitindo que todos possam usá-la.
Uniforme sem gênero da Tombow Co.
A Sanyo Junior High School, administrada pelo governo da cidade de Himeji, na província de Hyogo, adotou um novo uniforme escolar nesta primavera, que consiste em um blazer e calça para alunos de ambos os sexos, abandonando os tradicionais uniformes típicos e que faziam distinção entre meninos e meninas. Isto mudou depois de considerar que várias empresas estão adotando uniformes sem gênero para seus trabalhadores.
“A escola é um microcosmo da sociedade. Decidimos que os uniformes que podem ser vestidos, independentemente do sexo, são adequados para uma escola da nova era”, disse Takahisa Hasegawa, diretor da escola.
A escola introduziu o novo uniforme após discutir a questão com alunos, pais e professores e pesquisar com pais de crianças do ensino fundamental. Além do novo uniforme, ela também disponibilizou um modelo de saia para as alunas que desejam vesti-la.
Alunos do sexo masculino e feminino do ensino fundamental costumavam carregar mochilas pretas e vermelhas, respectivamente, nos ombros. Com a mudança, apenas cerca de 20% das meninas optaram pelas mochilas vermelhas no atual ano escolar e 60% dos meninos pelas pretas.
A mudança para várias cores de mochilas começou em meados dos anos 2000, de acordo com Tsuchiya Kaban, um fabricante de bolsas de couro em Tóquio, que agora as oferece em cerca de 50 cores.
Créditos: www.tsuchiya-kaban-global.com
A empresa realizou uma pesquisa com pais de filhos que ingressarão no ensino fundamental no próximo ano letivo e constatou que mais de 80% deles concordam em eliminar o conceito fixo de diferença de gênero baseado na cor da mochila. Uma parcela semelhante de entrevistados apoiou a neutralidade de gênero.
A demanda por mochilas unissex está aumentando, disse o departamento de relações públicas da Tsuchiya Kaban. “Há meninos que optam pelas vermelhas e um número crescente de pais valorizam mais o gosto e a opinião de seus filhos do que a diferenciação por gêneros.”
O parque temático do Studio Ghibli será inaugurado em 2022 e incluirá áreas destinadas a Meu Vizinho Totoro, Princesa Mononoke e outros filmes que consolidaram a carreira do estúdio.
O primeiro parque temático do mundo dedicado ao Studio Ghibli está localizado na área em que ocorreu a World Expo de 2005, na prefeitura de Aichi, em Nagoya, a quarta maior cidade do Japão. Ele só será inaugurado em 2022, mas imagens do projeto já foram divulgadas.
O mapa a seguir mostra as partes do parque. A parte indicada em roxo será O Grande Armazém Ghibli; em verde escuro, a Floresta Dondoko. A área vermelha será o Vale das Bruxas, em verde claro será a Vila da Princesa Mononoke e em laranja, a Colina da Juventude.
Assim, com cinco áreas principais, três delas serão inauguradas no ano que vem e duas – Vale das Bruxa e Vila da Princesa Mononoke – serão inauguradas em 2023.
O que há em cada área?
Colina da Juventude
A Colina da Juventude é baseada no filme O Castelo Animado (Howl’s Moving Castle – 2004). É a parte mais perto da entrada do parque e contará com uma torre alta para observação. A construção será decorada com objetos do século XIX, em referência a Laputa: O Castelo no Céu (1986) e O Castelo Animado.
A área também contará com o prédio famoso em Sussurros do Coração (Whisper of the Heart – 1995), além de uma parte dedicada ao filme O Reino dos Gatos (The Cat Returns – 2002).
Floresta Dondoko
Inspirada em Meu Vizinho Totoro (My Neighbor Totoro – 1988), terá uma réplica da casa de Mei e Satsuki – a mesma casa que já foi usada na Wolrd Expo de 2005. Com muita natureza, a área remeterá ao período Showa (1926-1989).
Grande Armazém Ghibli
O local que já foi uma grande piscina pública dará lugar ao Grande Armazém Ghibli, que será coberto e terá área para exposições, lojas e restaurantes. Haverá uma sala de exibição, um cinema com cerca de 170 cadeiras e promete design colorido, mesclando arquitetura japonesa e ocidental.
Esta seção do parque contará com uma área recreativa baseada em Meu Vizinho Totoro, com o famoso ônibus-gato, como o que está no Museu Ghibli. Uma praça de alimentação baseada em A Viagem de Chihiro (Spirited Away – 2001) também faz parte das atrações.
Vila da Princesa Mononoke
A área será baseada no período Muromachi (1336-1573), que inspirou o filme Princesa Mononoke. Será uma réplica da cidade Tatara-ba e contará com esculturas enormes das criaturas e espíritos do filme.
Vale das Bruxas
Inspirada em O Castelo Animado e O Serviço de Entregas da Kiki (Kiki’s Delivery Service – 1989), esta área contará com um pequeno parque de diversões. Além disso, uma réplica da casa dos pais da Kiki e do castelo do Howl, que terá 16 metros de altura.
A construção do parque custou 34 bilhões de ienes (mais de 320 milhões de dólares), mas se estima que com quase dois milhões de visitantes, o parque arrecadará 48 bilhões de ienes. Enquanto o parque não abre as portas, tudo o que resta aos fãs é esperar e maratonar os filmes do Studio Ghibli.
Fonte: (1), (2), (3), (4), (5) Imagens: Todas as imagens foram divulgadas pelo Studio Ghibli Não retirar sem os devidos créditos.
As marcas esportivas têm mimado os clientes japoneses ao longo dos anos com tênis exclusivos dedicados ao Super Mario, Godzilla e até mesmo à Hello Kitty. Agora, a Adidas homenageia um personagem japonês da vida real em seu último lançamento, simplesmente chamado de Hachiko.
Para quem não conhece a história por trás do nome, Hachiko era um cão da raça Akita que esperava todos os dias, do lado de fora da Estação Shibuya, seu mestre voltar para casa. Porém, em 1925, o professor da Universidade de Tóquio não voltou, pois havia morrido de hemorragia cerebral durante o trabalho. Ainda assim, o cão ficou sentado lá esperando por seu mestre, retornando à estação dia após dia para esperar fielmente seu retorno. Hachiko passou nove anos voltando à estação diariamente à espera do seu dono.
Hachiko e Dr. Hidesaburo Ueno Créditos: www.novocalculodarota.com.br
A comovente história dele inspirou livros e filmes, incluindo um filme de Hollywood chamado Sempre ao Seu Lado, estrelado por Richard Gere. Hachiko foi homenageado com uma estátua no terreno da Universidade de Tóquio e com uma estátua fora da Estação Shibuya, onde uma das saídas também leva o seu nome.
Agora, a vida do cão fiel será celebrada com um novo de tênis da Adidas. O produto é o terceiro lançamento da edição limitada Shibuya Pack, criada em colaboração com a Atmos. Os outros dois lançamentos homenageavam o Yoyogi Park (um parque da cidade) e a Amekaji (moda de rua casual muito vista nas ruas de Shibuya).
Créditos: www.japantoday.com
O Superstar Dog apresenta uma textura peluda para se assemelhar ao pelo de Hachiko e, na lateral do solado, temos o endereço de Dogenzaka, local onde sua estátua fica do lado de fora da Estação Shibuya.
Créditos: www.japantoday.com
Ao longo dos anos, Hachiko se tornou um símbolo bem conhecido de Shibuya, então nada mais justo que ele faça parte do Shibuya Pack. Para adicionar mais emoção à história de Hachiko, parte dos lucros das vendas dos tênis serão doados para o Shibuya Ward Official Souvenir Project, um projeto que ajuda a comunidade local. Os produtos oficiais afiliados ao projeto trazem a logomarca You Make Shibuya, que aparece estampado na sola interna dos sapatos.
O novo tênis custa 15.400 ienes (aproximadamente R$740,00) e, apostando em uma alta demanda, as vendas serão feitas em um sistema de loteria, com inscrições on-line.
O buffet de doces Hello Kitty & Wish Me Mell será realizado no Keio Plaza Hotel Hachioji, em Tóquio, no Japão, em colaboração com a Sanrio. A programação acontece às sextas-feiras, sábados, domingos e feriados, de 01 de outubro (sexta-feira) a 31 de dezembro (sexta-feira) de 2021.
O Sweets Buffet – Hello Kitty & Wish Me Mell’s Fluffy Ribbon Party traz a personagem principal da Sanrio, Hello Kitty, e Wish Me Mell, uma coelha de coração gentil. Doces cor-de-rosa são exibidos em um espaço decorado com fitas, bolinhas e padrões florais.
Créditos: www.fashion-press.net
Entre as opções estão a “Torta de maçã favorita da mamãe”, “Cupcake fofinho da Wish Me Mell” e “Pompom de bolinhas da Wish Me Mell”, que imita as orelhas da Mell. Também será possível experimentar o “Bolo Moranguinho Rosa” e o “Cheesecake Dia Daniel”, ambos em tons de rosa.
A cada mês, o buffet contará com um novo prato de boas-vindas. Em outubro, os visitantes desfrutarão do “Convite da Wish me Mell com calda de framboesas”, que imita o convite para uma festa e é feito com chocolate branco e raspas de laranja.
Além de doces, há também refeições leves, como a “Massa de fita da Hello Kitty” e a “Mousse de vegetais de duas camadas da Wish me Mell”. Todos os doces e comidas são pedidos à mesa e entregues pelos garçons, para que o visitante aproveite ao máximo a visita. Também está previsto que seja lançado um pacote incluindo acomodação no hotel.
Em julho, quando o Festival de Cannes foi realizado com sucesso e até tapete vermelho, parecia que a comunidade cinematográfica global dava um suspiro de alívio. “Antes de Cannes, muitos produtores não tinham tanta certeza sobre como enviar seus filmes ao festival. Mas quando ele foi anunciado, houve um sentimento de ‘os festivais estão de volta’ e vimos uma onda de inscrições”, disse Giovanna Fulvi, responsável pela seleção de conteúdo da Ásia para o Festival Internacional de Cinema de Toronto.
Mesmo com Toronto tendo a sorte de acontecer com um certo grau de normalidade – o Canadá reabriu suas fronteiras para visitantes vacinados em 7 de setembro -, muitos na indústria ainda estão preocupados com o futuro dos festivais de cinema na Ásia.
Fulvi recebeu inscrições da Ásia em uma quantidade próxima aos níveis normais, mas o número de vagas disponíveis foi reduzido para um terço dos anos anteriores (por cortes no orçamento e preocupações com a COVID). Mesmo assim, ele pode escolher os melhores títulos e está confiante com o line-up selecionado.
A seleção asiática varia de Inu-Oh, uma animação musical japonesa passada no século 14, a Aloners, um filme do sul-coreano Hong Sung-eun, e Yuni, da diretora indonésia Kamila Andini, que é bem diferente dos seus trabalhos anteriores. Já o filme de Ho, Terrorizers, terá sua estreia mundial em Toronto, mas sem a presença dele.
Cartaz de Yuni | Créditos: www.imdb.com
A seleção asiática também inclui Drive My Car, de Hamaguchi Ryusuke e que estreou em Cannes, Ripples of Life, o segundo trabalho do chinês Wen Shipei, e The Power of the Dog, que também está nos festivais de Veneza e San Sebastian.
Mas a relativa saúde dos festivais de grande orçamento, como Cannes e Toronto, não reflete a instabilidade dos festivais asiáticos, e muitos na indústria estão preocupados. “Os festivais são um verdadeiro dilema”, diz Mike Goodridge, produtor e diretor artístico do Festival de Cinema de Macau. “As pessoas têm tantos problemas com festivais mistos. Como você equilibra os perfis locais e internacionais em um festival assim?“
“Como os festivais devem competir com as plataformas de streaming? Como lidar com a Netflix, uma empresa que fará 70 filmes este ano? Por que falta o apoio de organizações como a FIAPF (Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos)?”. Goodridge e Fulvi estão planejando realizar uma conferência nos próximos meses para tratar dessas e outras questões.
Devido à atual escassez de estreias presenciais, relacionado a COVID, festivais menores estão reutilizando muitos filmes programados para Cannes, Veneza e Berlim. Como resultado, muitos julgam os festivais deste ano “muito parecidos e chatos”.
“Filmes de arte não são mais divertidos; os festivais em si não são mais divertidos”, diz Ho Wi Ding, diretor de Cities of Last Things, título apresentado na edição de 2018 do Festival de Toronto. “Eles não são nada além de exibições digitais, nada além de streaming. Está se tornando cada vez mais difícil para os cineastas que desejam exibir seus filmes. Voltamos aos dias em que a TV ameaçava a indústria do cinema”.
Cartaz de Cities of Last Things | Créditos: www.imdb.com
Albert Lee, diretor executivo do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, discorda que os festivais se tornaram chatos ou muito semelhantes.
“Sempre houve um aumento e sobreposição com as seleções de Cannes, Veneza e Berlim e outros festivais mais locais”, disse Lee. “O que está ficando claro hoje em dia é que os detentores dos direitos das produções estão tomando decisões pragmáticas para seus filmes. Isso geralmente significa prioridade para lançamentos comerciais e colocar a estratégia do festival em segundo lugar.”
A constante mudança de bloqueios locais, condições de quarentena e restrições de viagens internacionais podem dificultar a chance dos festivais de alcançar e oferecer o seu melhor ainda por muitos meses ou anos.
“Quando você está realizando qualquer evento cultural de grande escala hoje em dia, é incrivelmente difícil operar sob qualquer grau de confiança”, diz Al Cossar do Festival de Melbourne. “Nós planejamos cada contingência e fomos colocados à prova. Fizemos vários pivôs em circunstâncias difíceis.”
O Festival de Hong Kong, que a COVID obrigou a ser on-line por dois anos, agora está adotando mais componentes digitais. O HAF Film Lab (evento promovido por ele) está acontecendo como uma série de palestras on-line. O seu spin-off voltado para a juventude, o Cinefan Summer Festival, escolheu um formato híbrido para apresentar seus títulos.
“Os resultados do CineFan não são grandes, mas são melhores do que esperávamos”, disse Lee. “Os festivais híbridos vieram para ficar.”
O longa chinês One Second, o The Book of Fish, da Coreia do Sul, o The Disciple, da Índia, e dois filmes japoneses, Wheel of Fortune and Fantasy e Wife of a Spy, vão competir pelo prêmio de melhor filme deste ano, no Asian Film Awards. A premiação acontecerá em Outubro, mais uma vez na Coreia do Sul.
Cartaz de The Disciple | Créditos: www.imdb.com
A premiação novamente será realizada em conjunto ao tradicional Festival Internacional de Cinema de Busan. A cerimônia, prevista para o dia 8 de outubro de 2021, funcionará de forma híbrida, combinando participações on-line e presenciais, em Busan (Coreia do Sul).
Em 2020, o 14º Asian Film Awards mudou-se para Busan pela primeira vez e foi realizado on-line devido às restrições da COVID-19. Em anos anteriores, a cerimónia aconteceu em Hong Kong e Macau.
Os indicados para melhor diretor incluem Zhang Yimou (por One Second), Lee Joon-ik (por The Book of Fish), Hamaguchi Ryusuke (por Wheel of Fortune and Fantasy), Kurosawa Kiyoshi (por Wife of Spy) e Adilkhan Yerzhanov, do Cazaquistão (para Yellow Cat).
Zhang Yimou | Créditos: www.chinadailyhk.com
Uma das surpresas das indicações foi um outro filme de Zhang Yimou, Cliff Walkers. A obra não recebeu nomeação nas categorias de Melhor Filme e Melhor Diretor, mas é, no entanto, o filme mais indicado nas categorias no festival. Ele recebeu seis indicações, incluindo Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante.
Outros dois filmes receberam cinco indicações cada: One Second e Wife of a Spy. Book of Fish, Deliver Us From Evil – outro filme coreano – e Limbo, de Hong Kong, receberam quatro indicações cada.
O filme de maior bilheteria do mundo em 2020, The Eight Hundred, recebeu apenas duas indicações, ambas em categorias técnicas.
Os vencedores serão decididos por um júri liderado por Lee Chang Dong, da Coreia do Sul, diretor de Oasis, Secret Sunshine, Poesia e Burning. Outros membros do júri serão anunciados posteriormente.