Rodado nas paisagens geladas de uma ilha no norte do Japão, o elogiado drama Sol de Inverno (Boku no Ohisama/My Sunshine) fará sua estreia no Brasil durante a 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A distribuição é da Michiko Filmes e a previsão de estreia nos cinemas é dia 9 de janeiro de 2025.
O filme, escrito e dirigido por Hiroshi Okuyama, teve sua première mundial no Festival de Cannes deste ano, integrando a mostra Un Certain Regard.
Sol de Inverno acompanha um garoto de 9 anos que se mudou com a família de Tóquio para o interior do país. É fim de inverno e a temporada de hóquei mobiliza os meninos da região. Mas Takuya está mais interessado na pista de patinação no gelo. É lá que Sakura faz suas coreografias, acompanhada pelo ex-campeão da modalidade, Hisashi Arakawa. Encantado pela menina e pelo esporte, Takuya pede para treinar e o instrutor enxerga a possibilidade de montar uma dupla para competições.
A simplicidade da história, a delicadeza na composição das imagens e o trabalho com crianças renderam comparações com o trabalho do cineasta Hirokazu Kore-eda, diretor de Monster e Assunto de Família, e elogios da crítica. O The Hollywood Reporter chamou o filme de “joia escondida” em Cannes e elogia a sensibilidade do diretor em dirigir atores mirins estreantes no cinema.
O Screen Daily o compara a Billy Elliott e diz que o filme parece ser feito para “aquecer o coração”, mas afirma que, aos poucos, Sol de Inverno revela seus “subtextos”, trazendo à tona temas como o machismo e a homofobia dentro da sociedade japonesa. A Variety elogia o “apurado senso estético” do filme, em que nenhuma escolha na composição visual “parece aleatória ou nada menos que perfeita”.
Hiroshi Okuyama teve a ideia do filme depois de ouvir a faixa Boku no Ohisama (My Sun), da dupla folk Humbert Humbert, que tem o mesmo título original do longa. A conexão com a canção foi tão grande que Yoshinari Sato, uma das metades do duo, assina a trilha sonora do filme.
Além das composições originais, ainda aparecem no filme a versão do The Zombies para Going Out of My Head e o clássico Clair de Lune, de Claude Debussy.
Apesar de não ser autobiográfico, Sol de Inverno tem um pouco da infância do diretor que, durante anos, praticou patinação, chegando até a participar de competições. Para tornar as cenas de balé no gelo mais realistas, o diretor tomou uma decisão arriscada: recrutou duas crianças que tinham experiência na patinação, mas nunca tinham atuado antes.
Sol de Inverno estreia em 9 de janeiro nos cinemas.
Sinopse
Numa pacata ilha japonesa, a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas o jovem e introspectivo Takuya não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura, estrela em ascensão da patinação artística. O técnico da jovem, o ex-campeão no esporte Arakawa, vê potencial no garoto e o convida para formar uma dupla com ela para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e as duas crianças formam um vínculo profundo e harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete.
O Diretor
Sol de Inverno é segundo longa-metragem de Hiroshi Okuyama, que nasceu em Tóquio, em 1996. Seu primeiro filme, Jesus, de 2018, estreou no Festival de San Sebastián, na Espanha, onde ganhou o prêmio principal na seção Novos Diretores. Okuyama tinha 20 anos.
Além de dirigir, ele escreve seus roteiros, edita e faz a câmera de seus trabalhos. Jesus venceu os prêmios de melhor fotografia em festivais de Estocolmo, na Suécia, e Dublin, na Irlanda.
Entre seus dois longas, Okuyama dirigiu os nove episódios de uma minissérie para TV, Makanai: Cozinhando para A Casa Maiko. Mas sua estreia mesmo foi bem antes disso tudo: em 2009, com apenas 13 anos, ele dirigiu o videoclipe Graduationparty!!!!!, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Kyoto.
Elenco
Exímios patinadores, Keitatsu Koshiyama e Kiara Takanashi, que interpretam Takuya e Sakura, respectivamente, estreiam no cinema.
O ator Sôsuke Ikematsu, que vive o treinador Arakawa, começou a carreira na mesma faixa etária que eles, mas já numa coprodução internacional: aos 12 anos, ele contracenou com Tom Cruise no épico O Último Samurai, papel pelo qual recebeu uma indicação ao Saturn Award como melhor jovem ator.
Seus mais de 60 trabalhos no cinema e na TV incluem filmes populares como uma das animações de One Piece, onde deu a voz ao DJ Grappa, e o papel principal em Shin Kamen Rider, do mestre Hideaki Anno. Ele também estrelou dois filmes de Hirokazu Kore-eda, Depois da Tempestade e Assunto de Família.
Festivais
Sol de Inverno estreou mundialmente no Festival de Cannes deste ano, dentro da mostra Un Certain Regard. O filme também foi um dos indicados para a Queer Palm, premiação para as obras de temática LGBT do festival.
Em seguida, foi selecionado para o Festival de Internacional de Cinema de Sydney, na Austrália, e fez sua estreia na Ásia no Festival Internacional de Cinema de Taipei, em Taiwan, onde competiu na seção Novos Talentos Internacionais. Antes da exibição na Mostra de Cinema de São Paulo, Sol de Inverno foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, primeira exibição do filme nas Américas.
Sobre a Michiko Filmes
Sol de Inverno é o primeiro lançamento da Michiko Filmes, distribuidora comandada por Michel Simões e Chico Fireman, amigos que se conheceram por causa do amor pelo cinema e que, durante 7 anos, integraram a equipe do Cinema na Varanda, um dos primeiros podcasts de cinema do país.
Fonte: Assessoria
Imagens: Assessoria
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