Os usuários do sudeste asiático consomem duas vezes mais conteúdo da Netflix, que a média global. A Índia lidera as paradas de visualizações. Esses dados foram apresentados por Patrick Fleming, diretor de inovação de produtos da Netflix, no encontro APOS sobre mídia, telecomunicações e entretenimento, que neste ano acontece on-line.
A gigante do streaming tem atualmente mais de 209 milhões de assinantes pagos em todo o mundo, dos quais 27 milhões são de mercados APAC (Ásia-Pacífico). Deste número, o mercado APAC foi responsável por dois terços dos novos assinantes em 2020. “Sabemos que uma parte substancial do crescimento futuro de assinantes virá de fora dos EUA”, disse Fleming.
Destacando apenas sobre o plano para celular, Fleming disse que não é um sucesso em todos os mercados. O plano foi lançado pela primeira vez na Índia, seguido pela Malásia, Indonésia, Filipinas e Tailândia, e então levado para outros mercados na Ásia e África. “Introduzimos o plano móvel nos mercados apenas depois de experimentar o preço de entrada correto e discernir a demanda por conteúdo de vídeo no celular”, acrescentou.
Fleming disse que “É importante para a Netflix falar mais idiomas para atender o mercado APAC.” A Netflix hoje oferece conteúdos com legendas e dublagens em até 30 idiomas, focado na intenção de atingir a maior parte dos lugares do mundo. “Por exemplo, a Tailândia prefere conteúdo dublado, enquanto a Coreia do Sul prefere legendado”, completou.
Embora programas como “La Casa de Papel”, “Bridgerton” e “Emily em Paris” tenham se saído bem em mercados como Índia e Sudeste Asiático, o conteúdo da língua local tem envolvimento maior do público, observou ele. Na Índia, isso significa filmes em idiomas locais e, na Coreia do Sul e no Japão, k-dramas e anime. O lançamento de mais modos de pagamento também aumentou a adesão. A Netflix recentemente habilitou o pagamento automático via interface de pagamentos unificada (UPI) na Índia e GoPay na Indonésia.
A gigante do streaming introduziu uma série de recursos interessantes que individualmente podem parecer melhorias marginais, mas são incrivelmente importantes para um cliente móvel. As ideias surgiram primeiro na Índia e depois foram testadas globalmente, observou Fleming.
Esses recursos incluem brilho nativo, velocidade de reprodução e funcionalidade de tela de bloqueio. Atualmente, a plataforma está experimentando uma função que reproduz um pequeno videoclipe vertical quando o usuário passa o mouse sobre um título. “A ideia é capturar os momentos mais curtos de consumo em dispositivos móveis. O usuário pode não experimentar o conteúdo imediatamente, mas pode colocá-lo em sua lista de observação para consumo posterior”, disse Fleming.
Não apenas no dispositivo móvel, a Netflix pode ser acessada em mais de 1700 dispositivos e sistemas operacionais (Android e iOS). A eficiência da codificação é vital quando se trata da experiência móvel do cliente. Era importante que o aplicativo móvel estivesse sempre em modo “pronto para assistir”, enfatizou Fleming. Recursos como “downloads inteligentes” e “downloads para você” foram introduzidos para minimizar o uso de memória e garantir que os clientes fizessem a transição para a próxima parte do conteúdo sem problemas.
A Netflix também fez parceria com mais de mil provedores de serviços de internet locais, com a intenção de ingressar os serviços em sua rede de conexão aberta, para oferecer uma experiência de visualização de vídeos de alta qualidade. Ela possui dispositivos de conexão aberta, que foram implantados em locais de interconexão para localizar quantidades substanciais de tráfego de dados.
“A tecnologia já percorreu um longo caminho em dez anos”, disse Fleming. “Há uma década, você transmitia 1,5 horas de conteúdo com 1 Gb de dados. Em 2015, você transmitia 2,5 horas de conteúdo ou um filme inteiro em 1 Gb. Hoje, você pode transmitir 6,5 horas de conteúdo ou toda a primeira temporada de ‘Stranger Things’ na mesma quantidade. A mesma qualidade, menos bits gastos.”
Em termos de inovação de produto, Fleming é otimista quanto à interatividade e narrativas ramificadas. “O público tem adorado nosso conteúdo interativo como ‘Black Mirror: Bandersnatch’. Estamos trabalhando em uma série de Mindfulness interativa com o Headspace e há uma expansão para jogos também.”, observou Fleming.
“O público móvel é maravilhosamente impaciente”, comentou Fleming ao falar sobre a necessidade de oferecer uma experiência de primeira linha ao cliente no celular. “Não estamos competindo apenas com outras plataformas de conteúdo de longo formato, mas com qualquer plataforma que ofereça uma experiência móvel exclusiva.”
Fonte: (1)
Tradução e Adaptação: Letícia Gonçalves
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