No dia 13 de setembro aconteceu o maior e mais esperado tapete vermelho da moda: o Met Gala. Na edição deste ano a exibição teve como tema “In America: A Lexicon of Fashion” (algo como um vocabulário das várias formas de se expressar na moda), uma homenagem aos estilistas norte-americanos. O tapete trouxe grandes estrelas para desfilar sob a ótica da independência americana, e nomes como CL e Rosé foram destaques na noite.
Mas uma das maiores aparições da noite foi sem dúvida Gemma Chan. A atriz ganhou atenção no primeiro Met, de 2019. Desta vez, Gemma brilhou ao homenagear a primeira estrela sino-americana de Hollywood, Anna May Wong.
Em parceria com o designer nepalês-americano Prabal Gurung, Gemma – através de arquivos fotográficos de Wong – desenvolveu um minivestido de lantejoulas pretas estampado com um motivo de dragão, completando com uma cauda dramática verde pastel. A atriz ainda fez uso de um cabelo preso em tranças – um estilo que já havia sido visto em Wong.
Antes do tapete vermelho do Met, Chan fez postagens em sua conta do Instagram, com imagens de Wong, protagonista do filme ‘Technicolor The Toll of the Sea (1922)’, aos 17 anos. A homenageada estrelou mais de sessenta filmes durante sua carreira. “Apesar de enfrentar preconceito e estereótipos, ela lutou contra a discriminação que enfrentou em Hollywood”, escreveu a atriz. Ela também completou dizendo, “Em suas palavras: ‘É uma situação muito triste ser rejeitada pelos chineses, porque sou ‘muito americanas’ e por produtores americanos porque preferem outras raças para representar peças chinesas’”.
Chan conclui sua explicação sobre o significado por trás de seu visual no tapete vermelho: “Uma pioneira, ícone da moda e mulher à frente de seu tempo – ela abriu o caminho para aqueles que vieram depois e continua a inspirar.”
A atriz também falou abertamente sobre o ódio antiasiático no passado, chamando as pessoas para se levantarem contra todas as formas de racismo.
Fonte: (1) Imagens: Reprodução Vogue, Met Gala Não retirar sem os devidos créditos.
O parque temático do Studio Ghibli será inaugurado em 2022 e incluirá áreas destinadas a Meu Vizinho Totoro, Princesa Mononoke e outros filmes que consolidaram a carreira do estúdio.
O primeiro parque temático do mundo dedicado ao Studio Ghibli está localizado na área em que ocorreu a World Expo de 2005, na prefeitura de Aichi, em Nagoya, a quarta maior cidade do Japão. Ele só será inaugurado em 2022, mas imagens do projeto já foram divulgadas.
O mapa a seguir mostra as partes do parque. A parte indicada em roxo será O Grande Armazém Ghibli; em verde escuro, a Floresta Dondoko. A área vermelha será o Vale das Bruxas, em verde claro será a Vila da Princesa Mononoke e em laranja, a Colina da Juventude.
Assim, com cinco áreas principais, três delas serão inauguradas no ano que vem e duas – Vale das Bruxa e Vila da Princesa Mononoke – serão inauguradas em 2023.
O que há em cada área?
Colina da Juventude
A Colina da Juventude é baseada no filme O Castelo Animado (Howl’s Moving Castle – 2004). É a parte mais perto da entrada do parque e contará com uma torre alta para observação. A construção será decorada com objetos do século XIX, em referência a Laputa: O Castelo no Céu (1986) e O Castelo Animado.
A área também contará com o prédio famoso em Sussurros do Coração (Whisper of the Heart – 1995), além de uma parte dedicada ao filme O Reino dos Gatos (The Cat Returns – 2002).
Floresta Dondoko
Inspirada em Meu Vizinho Totoro (My Neighbor Totoro – 1988), terá uma réplica da casa de Mei e Satsuki – a mesma casa que já foi usada na Wolrd Expo de 2005. Com muita natureza, a área remeterá ao período Showa (1926-1989).
Grande Armazém Ghibli
O local que já foi uma grande piscina pública dará lugar ao Grande Armazém Ghibli, que será coberto e terá área para exposições, lojas e restaurantes. Haverá uma sala de exibição, um cinema com cerca de 170 cadeiras e promete design colorido, mesclando arquitetura japonesa e ocidental.
Esta seção do parque contará com uma área recreativa baseada em Meu Vizinho Totoro, com o famoso ônibus-gato, como o que está no Museu Ghibli. Uma praça de alimentação baseada em A Viagem de Chihiro (Spirited Away – 2001) também faz parte das atrações.
Vila da Princesa Mononoke
A área será baseada no período Muromachi (1336-1573), que inspirou o filme Princesa Mononoke. Será uma réplica da cidade Tatara-ba e contará com esculturas enormes das criaturas e espíritos do filme.
Vale das Bruxas
Inspirada em O Castelo Animado e O Serviço de Entregas da Kiki (Kiki’s Delivery Service – 1989), esta área contará com um pequeno parque de diversões. Além disso, uma réplica da casa dos pais da Kiki e do castelo do Howl, que terá 16 metros de altura.
A construção do parque custou 34 bilhões de ienes (mais de 320 milhões de dólares), mas se estima que com quase dois milhões de visitantes, o parque arrecadará 48 bilhões de ienes. Enquanto o parque não abre as portas, tudo o que resta aos fãs é esperar e maratonar os filmes do Studio Ghibli.
Fonte: (1), (2), (3), (4), (5) Imagens: Todas as imagens foram divulgadas pelo Studio Ghibli Não retirar sem os devidos créditos.
As marcas esportivas têm mimado os clientes japoneses ao longo dos anos com tênis exclusivos dedicados ao Super Mario, Godzilla e até mesmo à Hello Kitty. Agora, a Adidas homenageia um personagem japonês da vida real em seu último lançamento, simplesmente chamado de Hachiko.
Para quem não conhece a história por trás do nome, Hachiko era um cão da raça Akita que esperava todos os dias, do lado de fora da Estação Shibuya, seu mestre voltar para casa. Porém, em 1925, o professor da Universidade de Tóquio não voltou, pois havia morrido de hemorragia cerebral durante o trabalho. Ainda assim, o cão ficou sentado lá esperando por seu mestre, retornando à estação dia após dia para esperar fielmente seu retorno. Hachiko passou nove anos voltando à estação diariamente à espera do seu dono.
A comovente história dele inspirou livros e filmes, incluindo um filme de Hollywood chamado Sempre ao Seu Lado, estrelado por Richard Gere. Hachiko foi homenageado com uma estátua no terreno da Universidade de Tóquio e com uma estátua fora da Estação Shibuya, onde uma das saídas também leva o seu nome.
Agora, a vida do cão fiel será celebrada com um novo de tênis da Adidas. O produto é o terceiro lançamento da edição limitada Shibuya Pack, criada em colaboração com a Atmos. Os outros dois lançamentos homenageavam o Yoyogi Park (um parque da cidade) e a Amekaji (moda de rua casual muito vista nas ruas de Shibuya).
Créditos: www.japantoday.com
O Superstar Dog apresenta uma textura peluda para se assemelhar ao pelo de Hachiko e, na lateral do solado, temos o endereço de Dogenzaka, local onde sua estátua fica do lado de fora da Estação Shibuya.
Créditos: www.japantoday.com
Ao longo dos anos, Hachiko se tornou um símbolo bem conhecido de Shibuya, então nada mais justo que ele faça parte do Shibuya Pack. Para adicionar mais emoção à história de Hachiko, parte dos lucros das vendas dos tênis serão doados para o Shibuya Ward Official Souvenir Project, um projeto que ajuda a comunidade local. Os produtos oficiais afiliados ao projeto trazem a logomarca You Make Shibuya, que aparece estampado na sola interna dos sapatos.
O novo tênis custa 15.400 ienes (aproximadamente R$740,00) e, apostando em uma alta demanda, as vendas serão feitas em um sistema de loteria, com inscrições on-line.
O buffet de doces Hello Kitty & Wish Me Mell será realizado no Keio Plaza Hotel Hachioji, em Tóquio, no Japão, em colaboração com a Sanrio. A programação acontece às sextas-feiras, sábados, domingos e feriados, de 01 de outubro (sexta-feira) a 31 de dezembro (sexta-feira) de 2021.
O Sweets Buffet – Hello Kitty & Wish Me Mell’s Fluffy Ribbon Party traz a personagem principal da Sanrio, Hello Kitty, e Wish Me Mell, uma coelha de coração gentil. Doces cor-de-rosa são exibidos em um espaço decorado com fitas, bolinhas e padrões florais.
Créditos: www.fashion-press.net
Entre as opções estão a “Torta de maçã favorita da mamãe”, “Cupcake fofinho da Wish Me Mell” e “Pompom de bolinhas da Wish Me Mell”, que imita as orelhas da Mell. Também será possível experimentar o “Bolo Moranguinho Rosa” e o “Cheesecake Dia Daniel”, ambos em tons de rosa.
A cada mês, o buffet contará com um novo prato de boas-vindas. Em outubro, os visitantes desfrutarão do “Convite da Wish me Mell com calda de framboesas”, que imita o convite para uma festa e é feito com chocolate branco e raspas de laranja.
Além de doces, há também refeições leves, como a “Massa de fita da Hello Kitty” e a “Mousse de vegetais de duas camadas da Wish me Mell”. Todos os doces e comidas são pedidos à mesa e entregues pelos garçons, para que o visitante aproveite ao máximo a visita. Também está previsto que seja lançado um pacote incluindo acomodação no hotel.
A nova série da franquia Star Wars será um anime, e será distribuído pela Disney+ no dia 22 de setembro. Segundo Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm:
Star Wars: Visions será uma série de animações curtas celebrando a galáxia de Star Wars pelas lentes dos melhores criadores de anime do mundo (…), oferecendo uma nova e culturalmente diversa perspectiva ao Star Wars.
Assim, o pôster divulgado pela página oficial da franquia no Twitter mostra vários personagens em uma variedade de estilos. Confira a seguir:
O anime terá nove episódios, feitos por estúdios diferentes. Cada episódio contará uma nova história e será lançado tanto em japonês quanto em inglês. O elenco em inglês conta com Lucy Liu, Joseph Gordon-Levitt, Temuera Morrison e outros.
Confira o trailer:
Fontes: (1), (2), (3) Não retirar sem os devidos créditos.
Em julho, quando o Festival de Cannes foi realizado com sucesso e até tapete vermelho, parecia que a comunidade cinematográfica global dava um suspiro de alívio. “Antes de Cannes, muitos produtores não tinham tanta certeza sobre como enviar seus filmes ao festival. Mas quando ele foi anunciado, houve um sentimento de ‘os festivais estão de volta’ e vimos uma onda de inscrições”, disse Giovanna Fulvi, responsável pela seleção de conteúdo da Ásia para o Festival Internacional de Cinema de Toronto.
Mesmo com Toronto tendo a sorte de acontecer com um certo grau de normalidade – o Canadá reabriu suas fronteiras para visitantes vacinados em 7 de setembro -, muitos na indústria ainda estão preocupados com o futuro dos festivais de cinema na Ásia.
Fulvi recebeu inscrições da Ásia em uma quantidade próxima aos níveis normais, mas o número de vagas disponíveis foi reduzido para um terço dos anos anteriores (por cortes no orçamento e preocupações com a COVID). Mesmo assim, ele pode escolher os melhores títulos e está confiante com o line-up selecionado.
A seleção asiática varia de Inu-Oh, uma animação musical japonesa passada no século 14, a Aloners, um filme do sul-coreano Hong Sung-eun, e Yuni, da diretora indonésia Kamila Andini, que é bem diferente dos seus trabalhos anteriores. Já o filme de Ho, Terrorizers, terá sua estreia mundial em Toronto, mas sem a presença dele.
Cartaz de Yuni | Créditos: www.imdb.com
A seleção asiática também inclui Drive My Car, de Hamaguchi Ryusuke e que estreou em Cannes, Ripples of Life, o segundo trabalho do chinês Wen Shipei, e The Power of the Dog, que também está nos festivais de Veneza e San Sebastian.
Mas a relativa saúde dos festivais de grande orçamento, como Cannes e Toronto, não reflete a instabilidade dos festivais asiáticos, e muitos na indústria estão preocupados. “Os festivais são um verdadeiro dilema”, diz Mike Goodridge, produtor e diretor artístico do Festival de Cinema de Macau. “As pessoas têm tantos problemas com festivais mistos. Como você equilibra os perfis locais e internacionais em um festival assim?“
“Como os festivais devem competir com as plataformas de streaming? Como lidar com a Netflix, uma empresa que fará 70 filmes este ano? Por que falta o apoio de organizações como a FIAPF (Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos)?”. Goodridge e Fulvi estão planejando realizar uma conferência nos próximos meses para tratar dessas e outras questões.
Devido à atual escassez de estreias presenciais, relacionado a COVID, festivais menores estão reutilizando muitos filmes programados para Cannes, Veneza e Berlim. Como resultado, muitos julgam os festivais deste ano “muito parecidos e chatos”.
“Filmes de arte não são mais divertidos; os festivais em si não são mais divertidos”, diz Ho Wi Ding, diretor de Cities of Last Things, título apresentado na edição de 2018 do Festival de Toronto. “Eles não são nada além de exibições digitais, nada além de streaming. Está se tornando cada vez mais difícil para os cineastas que desejam exibir seus filmes. Voltamos aos dias em que a TV ameaçava a indústria do cinema”.
Cartaz de Cities of Last Things | Créditos: www.imdb.com
Albert Lee, diretor executivo do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, discorda que os festivais se tornaram chatos ou muito semelhantes.
“Sempre houve um aumento e sobreposição com as seleções de Cannes, Veneza e Berlim e outros festivais mais locais”, disse Lee. “O que está ficando claro hoje em dia é que os detentores dos direitos das produções estão tomando decisões pragmáticas para seus filmes. Isso geralmente significa prioridade para lançamentos comerciais e colocar a estratégia do festival em segundo lugar.”
A constante mudança de bloqueios locais, condições de quarentena e restrições de viagens internacionais podem dificultar a chance dos festivais de alcançar e oferecer o seu melhor ainda por muitos meses ou anos.
“Quando você está realizando qualquer evento cultural de grande escala hoje em dia, é incrivelmente difícil operar sob qualquer grau de confiança”, diz Al Cossar do Festival de Melbourne. “Nós planejamos cada contingência e fomos colocados à prova. Fizemos vários pivôs em circunstâncias difíceis.”
O Festival de Hong Kong, que a COVID obrigou a ser on-line por dois anos, agora está adotando mais componentes digitais. O HAF Film Lab (evento promovido por ele) está acontecendo como uma série de palestras on-line. O seu spin-off voltado para a juventude, o Cinefan Summer Festival, escolheu um formato híbrido para apresentar seus títulos.
“Os resultados do CineFan não são grandes, mas são melhores do que esperávamos”, disse Lee. “Os festivais híbridos vieram para ficar.”
No site oficial do anime Blue Period foi anunciado que a série estará disponível mundialmente na Netflix a partir do dia 9 de outubro, enquanto na Netflix do Japão, o anime será lançado no dia 25 de setembro, apenas duas semanas antes.
Quem acompanha animes na Netflix sabe o quanto isto é raro, pois diferente do que acontece com alguns dramas, que têm episódios novos toda semana, para animes, a plataforma normalmente espera o fim da temporada no Japão, para lançar todos os episódios de uma só vez para o mundo. Isso já aconteceu com BEASTARS, Violet Evergarden, The Seven Deadly Sins, entre outros.
Diferente do que vem ocorrendo até então, Blue Period terá seus episódios lançados semanalmente. Esta notícia animou muitos fãs de anime, que acreditam que a plataforma está tentando lançar animes semanalmente.
Sobre Blue Period
O estúdio responsável pela animação é o Seven Arcs e Blue Period é uma adaptação do mangá homônimo (Burū Piriodo – ブルーピリオド), de Tsubasa Yamaguchi.
Segue a descrição de Blue Period segundo a Netflix:
Entediado com a vida, o adolescente Yatora Yaguchi mergulha no maravilhoso mundo da arte depois de encontrar inspiração em um quadro.
Confira o trailer:
Fontes: (1), (2) Não retirar sem os devidos créditos.
O Japão tem uma indústria de bebidas alcoólicas bem consolidada e trata a questão com seriedade. Além de saquê, cerveja e shochu (um licor feito de batata-doce, arroz ou cevada – não confundir com o soju coreano), o país também produz uísques altamente respeitados e o umeshu, conhecido como vinho de ameixa.
Quem gosta do sabor defumado do uísque ou do sabor doce do umeshu vai se interessar pela nova edição limitada da bebida de ameixa da empresa japonesa Suntory, o Yamazaki Smoky Cask Plum Liqueur Blend.
O novo Yamazaki Smoky Cask Plum Liqueur Blend | Créditos: www.suntory.com
Este novo tipo de umeshu é um licor de ameixa envelhecido em barris antigos, anteriormente usados para destilar uísque. Ele foi formulado na destilaria Yamazaki da empresa, na província de Osaka, onde eles também produzem seu famoso uísqueYamazaki – incluindo o uísque single malte de 55 anos, vendido por três milhões de ienes a garrafa (aproximadamente R$144 mil).
Alguns produtos fabricados pela Suntory | Créditos: www.suntory.com
Com aroma e sabor único, o licor foi formulado especialmente para ser misturado à água com gás e, portanto, possui um alto teor alcoólico (20%). Seu rótulo preto elegante e letras douradas brilhantes fazem com que pareça um licor caro, mas será vendido a um preço razoável de 1.705 ienes a garrafa de 750 ml (em torno de R$52,00).
Este é um lançamento especial de 2021 e estará disponível, em quantidades limitadas, em todo o país a partir de 16 de novembro. Embora a Suntory tenha outros tipos de umeshu envelhecidos em barril, este é o único que até agora promete um aroma defumado, um motivo a mais para conquistar os fãs de uísque.
A China tem padrões de beleza que podem ser exigentes e redes sociais repletas de “tutoriais e conselhos” sobre como ser mais bonito e atraente, os homens se sentem cada vez mais pressionados. Algumas dessas exigências designam o tom de pele ideal, o formato dos olhos e do nariz, e até o polêmico visual de “carne fresca” – uma expressão usada para descrever jovens bonitos com traços delicados.
É crescente o número de homens com alta escolaridade, que recorrem a cirurgias e procedimentos estéticos para ter alguma vantagem no mercado de trabalho. Segundo a consultoria chinesa iResearch, cerca de 17% dos chamados “trabalhadores de colarinho branco”, ou seja, que não executam trabalhos braçais, já fizeram algum tipo de tratamento. A maioria deles realizou o primeiro procedimento antes de completar 30 anos.
Para cirurgiões estéticos e investidores da área, os homens acabam recorrendo a cirurgias e procedimentos porque não querem perder a chance de serem promovidos por parecerem cansados ou velhos. Os procedimentos mais procurados por eles são as reconstruções de olhos e nariz, segundo dados do aplicativo So Young.
O aumento no número de interessados se dá graças ao crescimento da renda da classe média chinesa, que dobrou nos últimos 10 anos. Porém, esse interesse acontece em um momento em que as autoridades chinesas estão preocupadas com uma “crise de masculinidade” no país.
Recentemente, Pequim fez fortes críticas ao visual “carne fresca” e propôs um aumento nas aulas de Educação Física para os meninos, estimulando a “masculinidade tradicional” na sociedade. Também foi pedido que canais de TV não transmitam conteúdos com uma “estética anormal” masculina.
Outra preocupação é também com a segurança desses procedimentos e o vício que isso pode gerar. Quase 8 mil reclamações foram registradas no último ano, mas modelos e influencers admitem que a busca pela beleza e juventude são viciantes porque “você não pode se aceitar sendo feio”.
Que o filme “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” é um sucesso absoluto, isto já se sabe desde o seu momento de estreia nas salas de cinema. Com seu primeiro filme de herói de origem asiática, a Marvel quebrou barreiras e está superando recordes de bilheteria a cada semana que passa, levando fãs de todas as partes do mundo à loucura.
Porém, nem todas as partes, pois na China já se ouviam rumores de que o filme seria banido antes mesmo de chegar a data de estreia. E isso realmente aconteceu. O motivo? A polêmica em torno do personagem interpretado por Tony Leung, Xu Wenwu, uma reformulação do vilão O Mandarim, que teve seu “conceito” explicado no filme “Homem de Ferro 3” e que deu bastante o que falar.
Créditos: Marvel Studios
Para entender a polêmica e a retaliação, é necessário voltar aos quadrinhos e ao vilão original do universo de Shang-Chi, o implacável e cruel Fu Manchu. O vilão, desde sua primeira aparição, foi considerado uma caricatura racista que propagava os estereótipos feitos a respeito de pessoas chinesas e essa questão, de maneira óbvia, não foi bem recebida pelo público de origem e descendência asiática de uma forma geral.
Porém, quando reimaginado e adaptado para um roteiro cinematográfico, pois a Marvel não possui os direitos do personagem original, Fu Manchu deixa de ser Fu Manchu mas sim, Wenwu (ou O Mandarim). A personagem se torna livre dos estereótipos uma vez mostrados, de maneira infeliz, nos quadrinhos originais. Mas então por que a China ainda insiste em banir o filme? A resposta está no fato de que, recentemente, Beijing tem aumentado a censura e apertado o cerco quando o assunto são produções estrangeiras que possam, mesmo que minimamente, reforçar qualquer tipo de estereótipo de pessoas chinesas. Em uma fala publicada no China Youth Daily, o jornal oficial da Liga Jovem Comunista, em 2019, “ainda que ‘O Mandarim’ e Fu Manchu não sejam a mesma pessoa, aquele ainda foi construído em cima da sombra deste”.
Mas como toda moeda tem seus dois lados, alguns fãs chineses e de ascendência chinesa dizem não enxergar problema no filme. Este público até cita o fato de que os estúdios Marvel, juntamente com o roteirista do filme, Dave Callaham (também de ascendência chinesa), fizeram uma lista de estereótipos a serem quebrados, justamente para que estes não tivessem vez no novo filme. O objetivo era que a representação da cultura fosse feita de maneira correta.
Inclusive, fazendo uma referência e crítica à sátira escrachadamente estereotipada de seu personagem, em um determinado momento de Shang-Chi, o próprio Wenwu explica sua história e leva em conta os acontecimentos do filme “Homem de Ferro 3”. Neste outro filme, ele havia sido “representado” de forma misteriosamente lúdica na figura do Mandarim, para que o Ocidente tivesse ainda mais medo de sua figura – é aquela velha história, o ser humano teme aquilo que não conhece. Wenwu chega a rir, em um misto de uma amargura sútil e incredulidade, e diz: “Não sabiam meu nome verdadeiro, então inventaram um. E funcionou. A América ficou com medo de uma laranja”.
Créditos: Marvel Studios
“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” estreou em 2 de setembro no Brasil e conta a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem que confronta seu passado um tanto quanto obscuro em uma jornada eletrizante para enfrentar seu pai, Xu Wenwu (Tony Leung). No elenco ainda estão Awkwafina, Michelle Yeoh, Meng’er Zhang, Fala Chen e Ben Kingsley.
Infelizmente, até o momento, o filme segue sem data de estreia prevista na China.